terça-feira, junho 19, 2012

O pior é não me sentir casa...


Pensei nisto enquanto estava na Bila a preparar-me para o exame.
Só me apetecia adiar a minha partida para casa.
Tenho 21 anos e não me apetecia voltar para casa.
Nem mesmo para abraçar a minha mãe ou o meu mano.
A situação familair não está bem e não anda bem há já algum tempo.
Desde que a minha avó se "perdeu" que o meu pai se fechou ainda mais na sua concha.
Como é possível?
Ele já era uma pessoa que raramente mostrava carinho e que fazia de tudo para sair de uma discussão a ganhar.
É impossível ter uma conversa saudável com ele.
É impossível mostrar-lhe que temos razão. 
Ele acaba por virar a discussão para outros assuntos que não estavam relacionados com o tema inicial.
Acaba por nos atacar pessoalmente. 
Diz coisas que magoam.
Nunca pede desculpa.
Ameaça, insulta, explode, grita.
Juro que só me apetecia fugir de casa.
Juro que me apetecia pergar-lhe um susto tão grande um dia que ele acabaria por ver que nos está a perder.
Como é possível ele não me dirigir quase a palavra, me dar um abraço ou um beijo quando chego?
Como é possível que ele queira que nós sejamos sempre excepcionais em tudo e depois quando as coisas correm mal, nos acuse que estamos a gastar o dinheiro que ele ganhou?
Então porque não me deixa ir trabalhar para ganhar dinheiro para pagar as minhas propinas??
Tenho 21 anos por amor de deus!!!!
Daqui a nada estou formada.
Nunca fui de férias com os meus amigos, tenho hora de recolher no máximo até à 1h30 da manhã, e o único sítio onde saio é para um café/bar que fica a 5 minutos a pé da minha casa.
É demais.
É impossível.
Sou uma filha responsável e acredito que a educação que tive não foi igual a muita gente da minha idade.
Onde já se viu?
Sou das poucas pessoas do meu ano de universidade que liga aos pais todos os dias.
Não bebo, não fumo, nunca experimentei drogas.
Raramente lhe peço para pegar no carro.
Divido a gasolina quando uso o carro.
Não tenho mesada. Não peço prendas.
Não gasto dinheiro de forma desmesurada nem desrespeito os meus pais.
Não troco um domingo com a família para estar com o namorado.
Sou boa aluna, responsável e demasiado caseira.
Habituei-o mal foi o que foi.

E ele agora atira-me à cara que eu não tenho opinião?
Que não tenho direito a falar?
Que não tenho direito a expressar-me?
Insulta-me?
Quase me bate, por eu defender a minha mãe?

As palavras dele magoam cada vez mais.
A indiferença com que ele me trata está a consumir-me.
E o pior é que a minha mãe padece pelas asneiras dele.
Odeio.
Ninguém consegue chamá-lo à razão.
Ele ataca logo com agulhas e facas.

Acho que este ano está a ser sem dúvida o pior de sempre.
E sinceramente, não sei que fazer.

It's a first...


1 comentário:

PauloSilva disse...

Como dou reblog lá? :o